
Foto: Heraldo Negri / Bug Ampliar
A trichogramma, que responde por metade do faturamento da Bug, parasitando ovos da lagarta
A empresa tem como clientela 350 mil hectares de lavoura no País. Atende grandes grupos do setor de acúcar e alcool, como Raízen, Zilor e São Martinho – as vespas já substituem totalmente o agrotóxico numa usina de 35 mil hectares, para dar um exemplo. Tem clientes que plantam cana no Maranhão, soja no Centro-Oeste, morango no Espírito Santo, flores e pimentão em Minas Gerais, melão no Rio Grande do Norte, algodão, milho, tomate e assim por diante.
Os insetos da Bug proporcionam, segundo a empresa, uma economia de 30% em relação aos agrotóxicos. Além disso, as vespas normalmente só precisam ser aplicadas uma vez, no início do plantio, enquanto agentes químicos são borrifados até seis vezes durante a safra.
Mas não haveria nisso um perigo biológico? Será que o Brasil não vai acabar cheio dessas vespinhas? Bem, os argumentos dos sócios são convincentes. O principal é de que a trichogramma – que sempre existiu por aí, na natureza – parasita apenas os ovos dessas pragas. Logo, ela só poderia se reproduzir descontroladamente se a praga também se tornasse abundante. Acontece que a própria trichogramma evita isso – e os testes para comprovar a tese são feitos há mais de 30 anos nas universidades.
Na verdade, o Brasil usa insetos para controlar pragas faz tempo. A mosquinha cotésia é empregada na luta contra a lagarta “broca de cana” (a mesma combatida pela vespa da Bug) desde os anos 1980, no maior programa de controle biológico do mundo. Nos anos 1990, o País importou moscas da Califórnia para ajudar nas plantações de laranja. Numa busca no Google, é fácil achar mais de 300 mil pesquisas sobre a própria trichogramma. Era uma velha conhecida do meio acadêmico. A grande inovação da Bug foi conseguir produzi-la em escala comercial.
http://economia.ig.com.br/empresas/vespas-da-empresa-mais-inovadora-do-brasil-reduzem-custos-do-agr/n1597662306763.html
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Você ainda acha que Deus criou algum ser no mundo sem finalidade?
Iride Eid Rossini